segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cá estou eu mais uma vez e, para não fugir muito à regra do habitual, é porque aconteceu algo que me deixou profundamente abalada. Desta vez foi o definitivo!
Mandei-lhe uma mensagem a explicar-lhe o que estava a sentir, a falta que me fazia... A resposta que obtive foi o confirmar de muitas dúvidas! Quer dizer, sinceramente nem sequer estava à espera de obter uma resporsta, mas obtive-a e essa resposta deixou-me com a certeza que não houve nenhuma mudança, nem crescimento... Não me conseguiu entender, nada!
Não parou para pensar na situação, nem entender a minha perspectiva... Bem, nada mais há a fazer. Resta-me aceitar e esquecer...É passado!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Neste momento tenho vontade de pedir socorro... Estou perdida numa pequena grande selva!
Já lá vai um mês desde que começaram as aulas, cheguei a esta turma um pouco caída de para quedas e o que é facto é que me sinto cada vez mais desintegrada, por muito que o tempo passa. Não há nada como a turma de origem, que nos acolhe, desde o momento que chegámos a um sítio diferente e nos abre os braços para nos sentirmos como se estivéssemos em casa. Aqui e agora, deixei de me sentir bem com as pessoas com quem tem de partilhar uns meros metros quadrados de uma sala de aula. Estas são diferentes, um pouco estranhas até porque qualquer coisa que surja é logo motivo para começarem a "disparatar" uns com os outros, e não falam... Gritam!
Pois bem, parece que cheguei a uma turma de loucos. Mas tudo bem, de momento vou-me aguentando e vou tentado sobreviver a cada atentado que surge por aquelas bandas. Por outro lado, tenho outras situações mais incomodativas, que me têm perturbado durante estes últimos dias. A verdade é que já não vou a casa a algum tempo e isso começa a interferir com a minha capacidade de "raciocínio racional", mas o facto é que estou desorientada, não sei para que lado me vire. Estou preocupada, angustiada até. Escusado será dizer que daqui a sete horas tenho uma frequência e não consigo dormir. Em primeiro lugar vem a possibilidade de este ano não ter direito à bolsa, o que não é uma perspectiva muito agradável tendo em vista os próximos tempos por aqui e, a acrescentar isso, vêm as despesas que a minha mãe por minha causa, lá na minha bela cidade, é o carro, é o curso de inglês, que ainda não fiz, mas tem de ser pago. É esta concentração de coisas para a minha mãe pagar que me atormenta, sobretudo porque sou responsável pela maioria delas. À parte disso, está o meu medo cada vez mais crescente de não ser capaz de tirar este curso, medo de falhar, de chumbar e de desiludir a minha mãe, que tanto se tem esforçado por minha causa. Maior medo do que esse só o facto de estar mais avançada no curso e chegar à conclusão de que se calhar não era bem isto que eu queria, se calhar não vou ser capaz de concretizar algumas acções de enfermagem. E depois? Como é que vou dizer isso à minha mãe? Como é que lhe explico isto tudo? Como é que a faço entender estes meus pânicos que vêm e vão? Como?
Não sei muito bem, mas depois da frequência (daqui a 7 horas), vou para casa, passados dois fins-de-semana aqui desterrada e quero ter uma conversa com ela sobre, explicar-lhe a minha frustração, a minha tristeza quando, muitas das vezes, falo com ela ao telefone, pois sei que do outro lado está a mulher que se sacrifica todos os dias por mim, se levanta às sete da manhã e sai de casa para voltar a entrar só às sete da tarde, e eu aqui, com medo de desperdiçar tudo, de não ser capaz de concretizar, de levar o curso até ao fim... Meu Deus! O que faço eu?
Queria tanto ir-me embora para perto de casa, estar em casa, com ela, com a minha avó, mas não sei até que ponto isso me é possível...

sábado, 2 de outubro de 2010

Basta apenas um nick no msn para eu perceber que estou a ser uma autentica idiota!
Afinal de contas, parece-me que já uma "substituta" para ele fazer sorrir, para conversar, para partilhar momentos... Isso quer dizer, tal como eu tenho vindo a pensar, que sou uma carta fora do baralho, nem sequer pensa em mim, se estou ou não bem. E eu, o que faço?
Parva que sou, continuo a pensar nele, a amá-lo tal como no primeiro dia e que tudo isto despoletou.Preocupo-me se ele está bem, se está tudo bem e não recebo nada em troca. De nada vale a dedicação de uma pessoa, quando essa dedicação não recebe nem uma palavra, nem que seja só um simples Obrigado. Já teria um grande significado para mim, seria especial porque seria ele a proferir essas palavras. Mas não, o que ele mais fez foi brincar comigo o tempo todo, com aquilo que eu sentia, manipulou tudo o que dizia respeito à minha amizade com ele e, um dia, acordou e pensou - "Já não preciso dela para nada, tenho mas é que descartá-la!" E assim foi, como se fosse uma embalagem qualquer de super mercado vazia que já não tem qualquer utilidade e a única solução é deitá-la fora!
Dói pensar desta forma, mas é a derradeira explicação que encontro para este "Adeus" tão estranho como foi e, na realidade, devo pensar desta forma, para encarar a situação doutra forma, procurar esquecê-la definitivamente.
Sei que já o repeti vezes sem conta, mas é muito fácil estar aqui a dizê-lo, só que no meu dia-a-dia e principalmente porque passo muito tempo sozinha, o meu pensamento é sempre direccionada para ele, mesmo involuntariamente porque foi ele quem me fez muita companhia, com quem partilhei muitas coisas que não partilhei com mais ninguém, ajudou-me quando estive triste, assim como eu o amparei quando ele se sentiu mais em baixo e, nesse momento de fragilidade, não só dele, mas de ambos, acabei por me apaixonar. No entanto, nada foi como imaginava que podia ter sido, cada um tomou o seu rumo, sem que me apercebesse do que realmente aconteceu, daquela mudança repentina e radical, do dia para a noite deixou de me falar. E eu?
Continuo irremediavelmente apaixonada, sem o conseguir esquecer e continuo a procurar, dentro de mim, uma justificação lógica e que tenha algum sentido na minha cabeça. Porém, sinto que está na altura de mudar, de procurar algo novo e de deixar para trás esta história que, para uma das partes, está mais que encerrada... Vou fazer o maior esforço da minha vida porque cada vez que falo disto, só tenho vontade de chorar... Fico com tudo atravessado na garganta, já nem lágrimas existem para derramar!...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Dois dias em viagem foi o que constitui este fim de semana, já que ninguém sabe informar convenientemente as pessoas. Pois é, tive de ir a Beja porque me disseram que as aulas começavam hoje mas, afinal, quando cheguei hoje à escola, disseram me que as aulas começavam hoje para os alunos do quarto ano... Ainda me falta um bocadinho. Esqueceram-se foi de acrescentar esse pormenor quando para lá telefonei. Enfim... O que realmente me importa é que já estou de volta a casa novamente e, finalmente, vou ter uma merecida semana de férias, depois de um longo verão a trabalhar. Não foi fácil, mas também não posso dizer que tenha sido uma má experiência porque conheci pessoas extraordinárias que me acolheram muito bem, apesar de ser a sobrinha da chefe, não houve qualquer tipo de problemas que adviesse desse facto. Porém, também encontrei, assim como encontrar pelo resto da vida fora, pessoas que foram menos simpáticas e cordiais, por vezes foram arrogantes e superiores... pelos menos acharam que eram. Deixando isso de lado, não me posso queixar muito do trabalho, até gostei do que fazia, mesmo estando cerca de 10 horas em cima das pernas, a andar de um lado para o outro!
Ao menos não passei o Verão todo a olhar para as paredes da minha casa, com aquela sensação de vazio permanente. A verdade é que há dias, ao vislumbrar aquele que me diz muito, me apercebi que ainda não o consegui esquecer. Só consigo pensar nele, se estará bem ou não, o que tem andado a fazer. Aquele tipo de preocupações que se tem quando se ama alguém realmente.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Isto a entrar num caminho desmoronado novamente!
Ando a senti-me tão sozinha, aquela sensação de que me falta algo... Às vezes dou por mim a perguntar-me o que me falta, o que se passa, o que procuro. Não sei bem. Ainda! Mas esta falta de respostas interiores revolta-me, sinto-me triste e desmotivada, sinto um vazio por dentro que me deixa fora de mim!
Acho que só quando encontrar algo que preencha esse vazio, é que vou realmente entender que era esse algo que me fazia tanta falta... Espero que isso esteja para breve porque continuar assim não é para mim, não faz qualquer sentido uma pessoa sentir-se assim e sem saber qual a razão, o que lhe faz falta. Enfim...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Já terminaram as três semanas de estágio e posso dizer que é com uma grande pena que digo isto, já que o tempo foi demasiado curto, para o desenvolvimento de tantas competências, para assimilar tantas coisas novas e para aprender a melhor lidar com cada pessoa que entra nesta fase. Conheci pessoas extraordinárias, amorosas, muitas com patologias que são complicados e que precisam da nossa ajuda e, no final da experiência, quando se faz um balanço final de tudo, acabamos por nos aperceber de que quem mais nos ensinou foram eles, os utentes. Ensinaram-nos o quanto é importante respeitar para bem cuidar, o quanto é importante simpatizar, melhor dizendo, empatizar com as pessoas, ganhar a sua confiança, de forma a recriar uma relação que nos permita dispor de todos os meios para cuidar da melhor forma de todos aqueles que temos à nossa volta!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Entrámos agora na segunda semana de estágio e, até ao momento, não há nada a registar que tenha a ver com todo aquele medo que eu sentia de vir para aqui, aquele medo de que as coisas não fossem correr bem. Pelo contrário, tenho tido uma óptima experiência neste estágio e tenho podido conviver com pessoas maravilhosas, descobrir tudo aquilo que elas têm para nos ensinar, pois para além de todos os fundamentos científicos que têm de ser dados, há uma componente humana que tem vindo a ser fortemente desenvolvida. Os dias ali passam mais depressa, como se nem déssemos pelo tempo a passar, há tanta coisa para ver, para aprender, para fazer efectivamente que o tempo voa e nós que ali estamos nem damos por ele a passar. É uma alegria muito grande puder ajudar pessoas a sentirem-se bem, acompanhadas, terem alguém que as ouça, para além de lhes prestar os cuidados necessários, já que isso lhes permite sentirem-se acarinhadas e não mais um ou outro atirados para ali, um dia inteiro a olhar para as paredes!
Por outro lado, estes períodos são intercalados com alguma tristeza, por vezes sinto me um pouco vazia, como se me faltasse alguém bem perto de mim, uma pessoa que me apoiasse em tudo e me desse a segurança que preciso para acreditar mais em mim mesma. Sim, isso é definitivamente aquilo que mais me faz falta. Preciso disso, preciso de carinho, de abraço quente que diga "Estou aqui sempre". É disso que preciso!

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ontem foi um dia extremamente stressante, acusei todos os medos, as angustias, tudo aquilo que me atormenta. Não sei bem o que é que me deu, mas de repente vi-me triste e só, apenas pensava nas próximas semanas que aí vêm e o que me espera, também o facto de estar desamparada novamente me deixou à beira daquela tristeza e solidão que andava escondida há já algum tempo. Hoje, na verdade, já me sinto de forma diferente, continuo a ter medo do que aí vem, mas estou mais serena.
Para falar a verdade, às vezes acontecem coisas um pouco estranhas comigo, não sei o que há realmente porque ora me sinto bem, mais pronta para enfrentar o dia que aí vem, ora descambo e só me dá para querer chorar e abandonar tudo, simplesmente desistir e não voltar para este lugar que não onde eu pertenço. Estou só, é verdade. Mas a vida é mesmo assim, umas vezesmais solitária, outras mais acompanhada. Enfim, há que suportar cada situação a seu tempo e com a alegria que é suposto existir em cada dia que passa!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Hoje é o dia dele... Não pensei nisso o dia inteiro, mas agora, ao bater da noite, e com a lembrança de que outro amigo também faz anos, a lembrança surgiu e com ela a nostalgia, as saudades de outros tempos... Saudades das conversas e dos sorrisos que trocávamos, dos momentos em que estávamos juntos, embora tivessem sido poucos. Foram os suficientes para me render e deixar-me cair nessa teia que me envolve até hoje, mesmo com a distância, com a falta de comunicação, com tudo isso que já não existe há um longo tempo, tempo esse que, ainda assim, não me fez perder a esperança de que um dia ainda nos vamos sentar e conversar sobre tudo aquilo que se passou entre nós, e também aquilo que não se passou, o porquê deste distanciamento, sem qualquer explicação, apenas uma conversa sem sentido!
Bem, agora mudando um pouco de assunto, está quase na altura de se iniciar um novo estágio, desta vez na Unidade de Cuidados Continuados. Sei que já tive uma experiência, embora não a tenha levado até ao fim, mas estou mais nervosa do que no primeiro, meio ansiosa até. Tenho medo do que me espera e, depois de saber de grandes injustiças à nossa volta, esse receio aumenta, pois a possibilidade de ser prejudicada está iminente.
Mas medos e angustias à parte, há que trabalhar e, agora que tenho a certeza que é isto que realmente quero fazer no futuro, só tenho que me empenhar e trabalhar. Tal como diz o Ricardo, Deus não é o único a dar uma mãozinha, se não for o nosso trabalho, nada será conseguido.
Quero acreditar que sou tão capaz como qualquer outra pessoa que está aqui comigo, a passar por todas estas experiências, tal como eu, afinal estamos todos no mesmo barco e, se remarmos todos para o mesmo lado, decerto a tarefa será bem mais fácil!
Por agora é tudo... Espero voltar em breve, mas sem esta tristeza momentânea que às vezes se apodera de mim, sem sequer pedir licença.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Ena à quanto tempo que já cá não escrevo... E não posso dizer que tenha sido por falta de tempo,, pois esse tem sido de sobre nestes últimos tempos, se bem que esta pausa forçada esteja no fim.
Só posso dizer FINALMENTE. Isto de estar em casa não é para mim, é demasiado tempo sem qualquer ocupação, a não ser uma coisita aqui e outra acolá. Gosto de estar ocupada e mesmo muito ocupada é quando me sinto bem comigo, sinto-me util. Mas isto também tem o seu lado menos bom, ou seja, significa que vou ter que ir embora da minha casinha, que eu prezo tanto. Pois bem, cá está a velha história de que só em casa é que me sinto bem, mas é a verdade e não sei se algum dia me vou conseguir habituar a esta correria entre cá e lá, se vou se fico... Enfim, o que tem de ser tem de ser e não posso desapontar ninguém, nem a mim mesma, pois é aquilo que quero, que desejo intensamente.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sinto-me mal, tenho andado triste comigo mesma porque me descuidei comigo mesma... Deixei-me levar, como se costuma dizer, ao sabor do vento e agora estou zangada com essa situação.
Enfim... Eu estou decidida a contornar essa situação e preciso mesmo de fazê-lo para o meu próprio bem e algo que só de mim depende e mais ninguém me pode ajudar, a não ser umas contribuições que são sempre importantes aqui em casa e agora tenho a certeza que esse apoio vai estar patente. Assim o espero e espero que a força de vontade seja a suficiente para levar este objectivo avante!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Estou a precisar de um incentivo... Estou a desmoronar outra vez. Os amigos de há muito estão a reclamar atenção e a verdade é que têm toda a razão para o fazer porque eu fecho-me tanto no meu canto que praticamente apenas comunico com aqueles que estão presentes no meu dia-a-dia, quer em casa, ou na Universidade. Os outros não os vejo há meses porque fui para longe e quase nunca saio, quando venho a casa ao fim de semana, fico em casa com a mãe e a avó.
Porém, sinto imensa falta deles e custa me imenso a ausência de estar com eles, de falar com eles. Sinto que preciso de investir mais, cultivar mais a nossa amizade. Estou a precisar de dar mais de mim, do meu tempo aos meus amigos que merecem tudo. E eu também mereço esse tempo com eles, que é tão importante para restabelecer as forças que estão a falhar nesta altura...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quando pensava que tudo estava prestes a melhorar e eu ia sentir-me melhor para seguir o rumo que escolhi, eis que surge uma nova reviravolta no meu percurso e, mais uma vez, fico presa numa encruzilhada. Bem, se calhar desta vez não será bem assim porque estou consciente das minhas capacidades e saber que não cometi erro algum, apenas tive a infelicidade de ficar doente.
Então é assim, passei "duas semanas", entre aspas porque a greve dos enfermeiros nos atrasou toda a situação, e só lá estivemos uma semana e meia. Elas foram muito gratificantes e aprendi muito, quer com a minha enfermeira coordenadora, quer com os doentes que me calhavam, isto porque todos eles tinham lições de vida e, no mais pequeno gesto, demonstravam-no. Em particular, houve uma situação que me deixou totalmente sem palavras, indefesa e sem saber o que pensar, a verdade é que fiquei de coração derretido. Isto porque naquele dia achava que as coisas não me estavam a sair bem, estava ali o doente numa situação um tanto ou quanto desagradável e eu, na pressa de querer proporcionar-lhe o conforto devido, deixei toda a minha insegurança vir à tona e fiquei nervosa porque, e já diz o velho ditado, depressa e bem não há quem, mas era mesmo a aflição de perceber que o doente estava mal, e então deu-me para chorar ali mesmo, enquanto agarrava nele para que a minha colega continuasse o trabalho.
Eu fiz um comentário para ela, "Estou com uma vontade de chorar..." e o doente que tinha a mão dele sobre a minha para se segurar, fez-me uma carícia. Foi um gesto ternurento que me encheu a alma e o que é certo é que o dia começou a correr melhor a partir daí, senti-me com vontade e com forças para dar o conforto merecido àquele doente. Nesse dia até fiz uma avaliação e acho que não poderia ter corrido melhor do que correu.
É por gestos como este que não me vou deixar abater por aquilo que está a acontecer esta semana, a derradeira semana do Estágio. É que, já na semana passada andava meia adoentada, mas este fim de semana tudo se agravou, fui a todos os médicos, quer do Centro de Saúde, quer do Hospital, mas as tonturas que ainda hoje continuam, teimaram em desaparecer. No Domingo tive que ir embora para baixo, mas não me sentia com força nem para a viagem, e muito menos para prestar cuidados a outras pessoas.
Na Segunda-feira mostrei à minha Enfermeira a carta que levava daqui, caso ainda não me sentisse bem e ela viu o meu estado, que mal me segurava em pé e levou-me às urgências. Lá fiz alguns exames e depois de me dizerem que tinha uma infecção viral no ouvido interno, mandaram-me para casa de atestado durante dez dias. E aqui estou eu, em casa, sem grandes melhoras e com a certeza que este semestre foi por água abaixo, pois chumbei a Ensino Clínico (Estágio), devido às faltas, pois o período deste foi muito curto e, como tal, não tinha outra hipótese de retomar quando me sentisse melhor.
Pois bem, fico triste com isto, pois não foi nada fácil o meu percurso, neste semestre, para chegar ao final, até ao Estágio, senti-me muito sozinha e foi complicado adaptar-me a estar ali, tão longe de casa. Agora, no final, acontece isto... Mas a minha mãe diz-me que não tive culpa e se não fizer em quatro, faço em cinco e, de facto, ela tem razão, eu tive culpa de ficar assim doente e tenho consciência que se lá ficasse, não ia ser capaz de estar a cuidar de alguém, quando precisava e ainda preciso, pois ainda ando muito tonta e andar por aí de pé não é pêra doce, que cuidassem de mim. Não era justo estar ao pé de uma pessoa que necessitasse de atenção e eu não estar em totais condições de lha dar...
Agora resta-me aguardar estes seis meses para pensar em tudo, organizar algumas coisas e, quem sabe, arranjar um trabalho temporário, para ganhar algum dinheiro, sem estar a dar só despesas à minha mãe.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Hoje conheci o Hospital onde vou passar os dias das próximas três semanas e meia. Para primeira impressão, gostei bastante do local. No entanto, a nossa primeira visita foi às urgências, onde estavam várias pessoas em sofrimento e, uma delas, fez-me lembrar o meu avô, tal e qual quando ele estava numa situação muito complicada e isso deixou-me triste.
Triste porque pensei naquilo que ele sofreu com a doença que teve e passou por momentos muito complicados.
Enfim... parece que a minha experiência enquanto assistência a uma doença oncológica não vai mais ser esquecida, ainda por cima porque aconteceu com uma pessoa que eu amava, e amo, tanto. E enquanto estiver perante situações destas vou sempre lembrar-me do sofrimento e da tristeza que foi...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A última vez que escrevi aqui, estava na véspera da véspera do meu aniversário, o que quer dizer que hoje estou a escrever oficialmente 19 anos... E o que será que mudou? (Isto é a pergunta tola que tanta gente gosta de fazer)
Bem, eu sou a mesma pessoa que se deitou no Sábado (9) e acordou no Domingo (10), e passada uma semana e dois dias, continuo a mesma Sara de sempre. Aquela que às se mete a pensar em parvoeiras e que olha para aquilo que tem à volta e se pergunta porque será que deixa passar tanta coisa ao lado, quando se trata de preocupar-se com tolices.
Pois é! Esta mania ainda não passou e não sei se irá passar algum dia porque cada vez que estou preparada para rumar em frente, vem algo que tropeça no meu pensamento e martela, martela, até que eu já não aguento aquele martelar profuso (palavra nova de enfermagem!)
No meio disto tudo, e por falar em enfermagem, o primeiro semestre está quase concluído e a etapa pela qual, acho eu, e falando aqui por todos os meus colegas, todos ansiamos e, também, mais tememos. Chegou a nossa oportunidade para mostrar o que realmente valemos no campo de cuidar dos outros, de os incentivar, de lhes proporcionar um melhor conforto e independência. Além disso, está aqui a verdadeira essência da enfermagem, pois só o contacto com as pessoas nos vai dar a conhecer se realmente aquilo pelo qual andamos a trabalhar desde Setembro passado é o que queremos fazer para o resto da nossa vida.
Não vai ser fácil, isso é uma certeza. Porém, se for aquilo que queremos, aquilo que eu quero, não vou desistir à primeira dificuldade. Ninguém me obrigou a vir para aqui, foi aquilo que eu escolhi e, apesar de todos os contratempos, acho que posso considerar me privilegiado por já estar preparada a estar perto das pessoas que precisam de enfermeiros e que precisam de carinho e de apoio, e isso vai fazer, nas próximas três semanas, parte do meu dia-a-dia.
Estou contente por isso, por puder fazer a minha primeira experiência enquanto a "aspirante a enfermeira" (isto são palavras da nossa querida professora Ana Pires que, apesar daquele seu ar de quem não gosta de nada de nós e não tem a mínima paciência para ensinar, até é uma jóia de pessoa quando o quer).
Por agora acho que é tudo...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Tantas viagens para lá e para cá fazem-me pensar... pensar demasiado e sobre tudo o que está à minha volta... Os amigos, nele, na minha mãe e na preocupação que tenho pelo facto dela não estar a conseguir gerir tudo, a minha avó que nem sempre tem estado bem de saúde...
Tudo isto são assuntos que me preocupam e que me fazem quase enlouquecer!
Dou por mim a pensar, durante todas aquelas horas, que devia ser mais confiante, que devia acreditar um pouco mais em mim própria e, depois de todas aquelas infindáveis horas, ponho o pé fora do comboio e volto a ser a mesma Sara que se esconde, que tem medo de se mostrar, tal como é, que tem medo de revelar aquilo que sente, às pessoas certas, tem receio de perder quem mais ama e, por vezes, afasta as pessoas com a insegurança, com o medo que tem de viver a vida. Eu sou assim e, por muito que pense e torne a pensar que está na altura de dar uma volta de 180º, volto sempre ao mesmo.
Não sei se isto tem alguma razão de ser, provavelmente sinto-me perdida, ao ver tudo o que se passa em minha casa, vejo, a cada dia que passa, a minha mãe a fazer exercícios de contorcionismo para poder manter me a estudar. É incrível a força dela, a capacidade que tem para sorrir face a todas as dificuldades, que vão surgindo e são cada vez maiores. Ainda por cima é capaz de me dizer que eu só tenho de seguir o meu sonho, o meu trabalho é estudar e não tenho que me preocupar com nada. O lema dela é " dá-se sempre um jeito", seja ela qual for. A única coisa que ela não quer é que eu desista, só porque vejo que a situação financeira não é a melhor.
Isto acresce a minha responsabilidade enquanto estudante, sinto-me responsável por retribuir tudo aquilo que ela faz por mim, e é muito difícil viver com o receio de falhar a qualquer momento e desiludir a pessoa que mais acredita em mim, que mais me encoraja e que nunca me deixa, seja em que momento for.
Depois, a distância é tão grande, os amigos estão todos dispersos e, por vezes, descobrimos que os nossos amigos, aqueles de quem realmente gostamos praticamente esquecem-se de nós. Custa dizer-se que o longe se faz parte quando se gosta de alguém de verdade, quando existe uma amizade verdadeira, honesta, sem interesses... No entanto, quando se vê que passa um dia, passa outro e outro e essa pessoa, por quem tenho um grande carinho, de quem gosto muito, não fala, apercebe-mo que afinal a nossa amizade não era assim tão importante, ou pelo menos não tinha a mesma importância para ambas.
Há ainda a outra pessoa especial, aquela que me ocupa cada espaço de pensamento. Esta pessoa foi um amigo muito especial e tornou-se mais especial. Porém algo estragou tudo, talvez a minha tolice, a minha incapacidade de me manter em silêncio quando não tenho a certeza que aquilo que tenho a dizer vai ser dito no momento certo. Enfim, não o disse no momento certo e de momento estou a pagar um preço muito alto por isso. A cada dia que passa, sinto uma dor muito profunda por estar nesta incerteza de dizer o que não disse, não dizer aquilo que disse e esclarecer todas as interrogações.
Sou uma pessoa complicada, eu sei. Já me apercebi disso, se calhar tarde, mas apercebi-me, mas a verdade é que gosto de ter motivos e explicações porque as coisas ficaram de uma forma que nunca haveriam de ter ficado. Então, vivo neste constante dilema, sem saber o que fazer, como perguntar, como falar, como abordar o assunto...
Não é fácil ter a cabeça cheia com tudo isto, viver com o coração apertado com vontade de falar sobre tudo o que lá vai dentro, mesmo nada fácil. E como se resolve tudo isto? É que eu não faço a mais pequena ideia!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Como prometido, voltei para continuar a descrição destes últimos tempos e, como é perfeitamente perceptível, ando a mil à hora e quando tento vir aqui um bocadinho, surge alguma coisa nova para fazer.
Já não sei muito bem onde ia, talvez estivesse a falar do facto de ter entrado em Beja, na universidade! Parece-me o acontecimento do ano... Talvez não se possa dizer tanto, mas pronto foi, de certa forma o marcante para mim, para a minha mãe, etc.
Depois vieram as típicas praxes e com elas trouxeram me o desespero total, a vontade de fugir de Beja a toda a hora, e não voltar mais. Mas também trouxeram boas coisas e isso não o posso negar, o companheirismo, as amizades que hoje temos podemos agradecê-los aos gritos dos nossos vetereanos, que nos faziam gritar com elas desde que o sol nascia até que ele se punha.
Mais coisas... nem sei!
Bem, depois das praxes chegou a hora do trabalho duro, sério, o trabalho árduo para o qual os nossos veteranos já nos haviam alertado, eles diziam-nos que nós, quando vissemos o que nos esperava, até íamos desejar ter mil e um tribunais de praxe por dia. Nunca pensei dizer isto, mas o certo é que, não digo mil e um, mas dois ou três tribunais de praxe seriam melhores que uma quantidade de fotocópias em pilha na minha secretária para estudar, ou um livro de quase 5000 páginas de Anatomia, que nos acompanha todos os dias para pudermos ver mais um ou outro assunto que o carissímo professor Aníbal se lembre... Enfim!
Bom, de momento não me lembro de muito mais coisas, quer dizer até tinha algumas para dizer, mas neste momento não me apetece falar de nada que seja triste e me deixa triste...
Hoje tive um pequeno encontro, um encontro que esperava já havia algum tempo. Uma situação caricata, que me fez ter a certeza daquilo que eu precisava de ter. Não é que eu não soubesse, mas saber não é o mesmo que sentir, sentir é bom, faz-nos ter noção do quão forte pode ser algo.
É verdade, mesmo passado tanto tempo continua a ter a mesma intensidade , a mesma sensação das pernas a tremer, o silêncio na sua presença, que diz muito, aliás, diz tudo o que há a dizer!
Não vou dizer mais nada por agora... Remeter-me um pouco ao silêncio, mas virei para falar mais sobre isto porque só tenho vontade de falar e falar e falar, mas escrever não sei, não sei como hei-de colocar tudo isto em palavras.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Um novo ano...

É verdade, estamos no ínicio do ano e há um par de meses que não apareço por aqui, mas a verdade é que, desde a última vez que aqui escrevi, tudo aconteceu a um ritmo alucinante e mal tenho tido tempo para respirar, quanto mais para sentar-me em frente ao computador e puder escrever o que me vai na alma. De momento são tantas as que me passam pela cabeça que nem sei bem por onde hei-de começar.
Bem, posso começar pela parte que no início de Setembro vi literalmente tudo a mudar à minha volta, primeiro fiz exame de código (uma boa notícia - passei!), depois, passada uma semana, sairam os resultados da universidade e, bem, quando li o email e não podendo deixar de ser sincera, aquilo que me aconteceu, nem eu sei bem, pois não sabia se deveria rir-me ou chorar, a primeira impressão que tive foi o choque, foi do género "e o que é que faço agora?". Primeiro que tudo, tinha entrado no curso que queria, mas, e havendo sempre um mas, entrei quase na outra ponta do país, entrei em Beja!...
Só tinha duas hipóteses, ou ia e aguentava-me à bronca, ou ficava e aguardava pela segunda fase e corria o risco de esperar mais um ano... A minha decisão foi ir porque fui eu que concorri e estava consciente que fosse onde fosse, para entrar naquilo que tinha posto como primeira opção de curso, tinha de ir para longe de casa e, então, não havia muito mais a fazer.
Assim o fiz e, desde então, tenho estado no Alentejo, num sítio fora de série que não tem nada, mas mesmo nada a ver com a minha cidade, cidade que eu tanto gosto. Porém, nem tudo foi fácil, já que passei por momento dificeis... ( mas agora tenho uma coisa para fazer e mais tarde volta para contar o resto...)