quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Três dias que estou em casa, três dias se passaram e serviram para perceber que, na verdade, os amigos que tenho nem sequer se lembram que eu existo. É difícil dizer isto, mas tenho consciência que é a mais pura das verdades. Mas também não são só os amigos, uma das pessoas que mais gosto faz, repetidamente, o mesmo. Lembra-se de mim quando necessita de alguma coisa, lembra-se de perguntar por mim quando há trabalho que possa ser eu a executar.
Depois a pessoa que eu tinha como minha melhor amiga, onde está? Parece que algo lhe disse que eu não estava a passar um bom momento e a primeira coisa que fez foi virar-me as costas, arranjou alguém para o lugar de melhor amiga porque, afinal, parece ser uma coisa bem fácil de fazer para ela. É fácil arranjar substitutos, por isso, para quê preocupar-se com os que vai deixando para trás, de nada importam, nada servem!
Parece que a minha vida está condenada a ser um uso dos outros e, quando já não têm qualquer uso a dar, deitam fora, como se fosse um monte de lixo!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

É estranha a forma como o dia-a-dia decorre, é estranho viver sem falar num dia e, no dia a seguir, fala-se com a pessoa como se nada se passasse. De facto, há tantas coisas que não entendo e para as quais tento encontrar uma razão lógica. Procuro explicações para perceber certas situações...
Bem, também é verdade que vamos olhando para trás e vamos pensando que, se tivessemos mudado algo, se tivessemos escrito uma página de uma forma diferente, talvez o que adveio desse momento fosse diferente também. Na verdade, não consigo deixar de pensar assim, é-me complicado juntar todas as peças de um puzzle, onde entram pessoas tão importantes, para puder justificar cada acto, cada gesto. Gestos esses que agora me parece que foram irreflectidos, foram atitudes precipitadas. Faltam peças a um quebra-cabeças que nunca deixará de um ser, pois já não tenho capacidade de descodificar mais informações. A cada dia que passa, surge uma nova ideia, um novo pensamento que pode alterar tudo o resto. Então, páro e volto a pensar, descodifico mais um pouco da mensagem que me é transmitida e procuro entendê-la, mas lá me deparo com algo que não encaixa em lado nenhum, uma peça que caiu sabe-se lá donde e fica ali, entre as outras, sem lugar onde caiba. E lá volta tudo ao início, volto a baralhar cada peça e cada ideia em rolinhos, que vou tentando desenrolar, um de cada vez, cada coisa a seu tempo e vou fazendo isto sucessivamente. Já lá vai algum tempo desde que faço isso, tempo demasiado para poder chegar à conclusão de que há certas coisas para as quais não há uma explicação lógica de todo. E, por mais que me faça confusão haver uma peça solta, cujo lugar precisa de ser encontrado, resta-me aceitar. No entanto, isso não tem sido nada fácil, não consigo simplesmente aceitar que não existe lugar para aquilo, é impossível aquilo ser compreendido. Provoca em mim uma sensação de que algo me falta, não vou conseguir continuar um caminho, nem pensar em coisas futuras, se passaram situações para as quais tenho algo ainda a dizer.
Depois, sinto-me um pouco estranha e sinto-me triste com tudo isto. Pergunto-me tantas vezes porque será que as coisas têm de ser assim, qual o motivo de tomar sempre as decisões contrárias, porque razão fazemos tudo ao contrário daquilo que as pessoas que nos querem bem nos dizem. Não compreendo!
Também não compreendo amizades feitas de interesse. É confuso ver alguém que diz ser o melhor amigo e, no entanto, no momento que a pessoa mais precisa, exactamente no momento em que o suposto melhor amigo resolve virar as costas e entregar a pessoa à própria sorte. Quando precisa, sabe voltar, sabe pedir seja o que for, sem se preocupar em perguntar se a pessoa está bem, se está mal. É indiferente! Pior que isso é a burrice da pessoa que continua a fazer o que o suposto melhor amigo quer e porquê? Talvez porque gosta demasiado da pessoa e, pura e simplesmente, não é capaz de lhe virar as costas quando ela pede. Só por isso.
Mas certos momentos, dá vontade de largar tudo e desaparecer para bem longe, para um lugar onde ninguém nos conheça, um lugar longe deste onde só vejo pessoas que se magoam a todos os momento, onde tudo que acontece acaba sempre por trazer sofrimento a alguém. É triste pensar nisto e o que me magoa mais é pensar que também já houve situações em que, por mais que as intenções fossem as melhores, acabei por magoar pessoas que gosto...