domingo, 2 de janeiro de 2011

Ano novo, vida nova!... Não é o que se costuma dizer?
Na realidade, não é bem assim que decorrem as coisas. Estes dias tenho pensado muito em várias coisas ao mesmo tempo e gostava muito de ser capaz de expressar tudo aquilo que vai cá dentro, mas faltam-me as palavras e depois fecho-me em torno do turbilhão de sensações que me inundam, não sou capaz de ter uma conversa decente e de dizer tudo aquilo que sinto e tudo aquilo que dói aqui dentro. Sinto-me sozinha por isso, abandonada até. Só que não me posso queixar assim quando não permito que os outros, que estão dispostos a ouvir, saibam aquilo que realmente dói!
Mudei muito... Há quatro anos atrás eu era totalmente diferente, era mais alegre, andava sempre a rir, para tudo e todos, ria para a vida que tinha à minha frente, embora nunca tivesse tivesse tido uma vida muito fácil, sempre tive uns avós que eram o meu suporte, um porto de abrigo e eu sabia que a qualquer altura me acolheriam e me dariam todo o apoio em tudo. A certa altura, o meu avô adoeceu (na altura em que eu fui para o secundário) e, apesar da sua boa disposição e de nunca parecer que estava doente, era capaz de rir e brincar com toda a gente que estava à volta dele, não queria ninguém triste, a doença foi mais forte do que ele e acabou por falecer poucos meses depois. Foi aqui que o meu chão desapareceu, tudo deixou de fazer sentido... Tenho a minha mãe, a minha avó, mas o meu avô era o meu pai, aquele pai que nos leva à escola e nos vai buscar, aquele pai que participa em tudo o quanto é festas da escola e de outras actividades só para ver o seu filho feliz, foi o pai que me deu carinho e me educou quando foi preciso, foi o pai que o meu pai não foi enquanto eu era criança e quando eu precisava mais dele!
Desde aqui aconteceram muitas coisas,umas más, outras boas, mas em nenhuma delas fui feliz como havia sido quando o meu avô estava comigo. Senti-me perdida, sinto-me perdida. Estou na universidade, num curso de que gosto, mas não posso dizer que sou feliz assim, não posso dizer que estou bem porque não estou. Vivo atormentada com uma série de situações e não consigo ultrapassar isso ou deixar de me preocupar por muito que me incentivem a lutar por aquilo que quero, mas custa-me saber que estar onde estou está a custar muitos sacrifícios... Depois, quando vou para casa, sinto-me sufocada. Não pela minha mãe que acha que eu tenho de viver a minha vida, tenho me "libertar das saias da mamã", mas sim pela minha avó porque para ela eu sou uma criança ainda... Eu consigo compreender até certo ponto, foi ela que me criou e, depois que o meu avô faleceu, ela gira em torno de mim e da minha mãe, às vezes acho que ela tem medo que nós a deixemos sozinha e a forma que ela encontra para se prevenir é sufocar-nos, controlar tudo e mais alguma coisa, resmungar por tudo e por nada!
Adoro a minha avó, mas a verdade é que há vezes em que me apetece dizer-lhe que preciso de me libertar, não posso ficar presa em casa, sempre sozinha, sem ninguém com quem falar, desabafar. Depois fico assim, aqui toda "entalada" com tanto para dizer, mas sem ter ninguém a quem o dizer...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cá estou eu mais uma vez e, para não fugir muito à regra do habitual, é porque aconteceu algo que me deixou profundamente abalada. Desta vez foi o definitivo!
Mandei-lhe uma mensagem a explicar-lhe o que estava a sentir, a falta que me fazia... A resposta que obtive foi o confirmar de muitas dúvidas! Quer dizer, sinceramente nem sequer estava à espera de obter uma resporsta, mas obtive-a e essa resposta deixou-me com a certeza que não houve nenhuma mudança, nem crescimento... Não me conseguiu entender, nada!
Não parou para pensar na situação, nem entender a minha perspectiva... Bem, nada mais há a fazer. Resta-me aceitar e esquecer...É passado!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Neste momento tenho vontade de pedir socorro... Estou perdida numa pequena grande selva!
Já lá vai um mês desde que começaram as aulas, cheguei a esta turma um pouco caída de para quedas e o que é facto é que me sinto cada vez mais desintegrada, por muito que o tempo passa. Não há nada como a turma de origem, que nos acolhe, desde o momento que chegámos a um sítio diferente e nos abre os braços para nos sentirmos como se estivéssemos em casa. Aqui e agora, deixei de me sentir bem com as pessoas com quem tem de partilhar uns meros metros quadrados de uma sala de aula. Estas são diferentes, um pouco estranhas até porque qualquer coisa que surja é logo motivo para começarem a "disparatar" uns com os outros, e não falam... Gritam!
Pois bem, parece que cheguei a uma turma de loucos. Mas tudo bem, de momento vou-me aguentando e vou tentado sobreviver a cada atentado que surge por aquelas bandas. Por outro lado, tenho outras situações mais incomodativas, que me têm perturbado durante estes últimos dias. A verdade é que já não vou a casa a algum tempo e isso começa a interferir com a minha capacidade de "raciocínio racional", mas o facto é que estou desorientada, não sei para que lado me vire. Estou preocupada, angustiada até. Escusado será dizer que daqui a sete horas tenho uma frequência e não consigo dormir. Em primeiro lugar vem a possibilidade de este ano não ter direito à bolsa, o que não é uma perspectiva muito agradável tendo em vista os próximos tempos por aqui e, a acrescentar isso, vêm as despesas que a minha mãe por minha causa, lá na minha bela cidade, é o carro, é o curso de inglês, que ainda não fiz, mas tem de ser pago. É esta concentração de coisas para a minha mãe pagar que me atormenta, sobretudo porque sou responsável pela maioria delas. À parte disso, está o meu medo cada vez mais crescente de não ser capaz de tirar este curso, medo de falhar, de chumbar e de desiludir a minha mãe, que tanto se tem esforçado por minha causa. Maior medo do que esse só o facto de estar mais avançada no curso e chegar à conclusão de que se calhar não era bem isto que eu queria, se calhar não vou ser capaz de concretizar algumas acções de enfermagem. E depois? Como é que vou dizer isso à minha mãe? Como é que lhe explico isto tudo? Como é que a faço entender estes meus pânicos que vêm e vão? Como?
Não sei muito bem, mas depois da frequência (daqui a 7 horas), vou para casa, passados dois fins-de-semana aqui desterrada e quero ter uma conversa com ela sobre, explicar-lhe a minha frustração, a minha tristeza quando, muitas das vezes, falo com ela ao telefone, pois sei que do outro lado está a mulher que se sacrifica todos os dias por mim, se levanta às sete da manhã e sai de casa para voltar a entrar só às sete da tarde, e eu aqui, com medo de desperdiçar tudo, de não ser capaz de concretizar, de levar o curso até ao fim... Meu Deus! O que faço eu?
Queria tanto ir-me embora para perto de casa, estar em casa, com ela, com a minha avó, mas não sei até que ponto isso me é possível...

sábado, 2 de outubro de 2010

Basta apenas um nick no msn para eu perceber que estou a ser uma autentica idiota!
Afinal de contas, parece-me que já uma "substituta" para ele fazer sorrir, para conversar, para partilhar momentos... Isso quer dizer, tal como eu tenho vindo a pensar, que sou uma carta fora do baralho, nem sequer pensa em mim, se estou ou não bem. E eu, o que faço?
Parva que sou, continuo a pensar nele, a amá-lo tal como no primeiro dia e que tudo isto despoletou.Preocupo-me se ele está bem, se está tudo bem e não recebo nada em troca. De nada vale a dedicação de uma pessoa, quando essa dedicação não recebe nem uma palavra, nem que seja só um simples Obrigado. Já teria um grande significado para mim, seria especial porque seria ele a proferir essas palavras. Mas não, o que ele mais fez foi brincar comigo o tempo todo, com aquilo que eu sentia, manipulou tudo o que dizia respeito à minha amizade com ele e, um dia, acordou e pensou - "Já não preciso dela para nada, tenho mas é que descartá-la!" E assim foi, como se fosse uma embalagem qualquer de super mercado vazia que já não tem qualquer utilidade e a única solução é deitá-la fora!
Dói pensar desta forma, mas é a derradeira explicação que encontro para este "Adeus" tão estranho como foi e, na realidade, devo pensar desta forma, para encarar a situação doutra forma, procurar esquecê-la definitivamente.
Sei que já o repeti vezes sem conta, mas é muito fácil estar aqui a dizê-lo, só que no meu dia-a-dia e principalmente porque passo muito tempo sozinha, o meu pensamento é sempre direccionada para ele, mesmo involuntariamente porque foi ele quem me fez muita companhia, com quem partilhei muitas coisas que não partilhei com mais ninguém, ajudou-me quando estive triste, assim como eu o amparei quando ele se sentiu mais em baixo e, nesse momento de fragilidade, não só dele, mas de ambos, acabei por me apaixonar. No entanto, nada foi como imaginava que podia ter sido, cada um tomou o seu rumo, sem que me apercebesse do que realmente aconteceu, daquela mudança repentina e radical, do dia para a noite deixou de me falar. E eu?
Continuo irremediavelmente apaixonada, sem o conseguir esquecer e continuo a procurar, dentro de mim, uma justificação lógica e que tenha algum sentido na minha cabeça. Porém, sinto que está na altura de mudar, de procurar algo novo e de deixar para trás esta história que, para uma das partes, está mais que encerrada... Vou fazer o maior esforço da minha vida porque cada vez que falo disto, só tenho vontade de chorar... Fico com tudo atravessado na garganta, já nem lágrimas existem para derramar!...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Dois dias em viagem foi o que constitui este fim de semana, já que ninguém sabe informar convenientemente as pessoas. Pois é, tive de ir a Beja porque me disseram que as aulas começavam hoje mas, afinal, quando cheguei hoje à escola, disseram me que as aulas começavam hoje para os alunos do quarto ano... Ainda me falta um bocadinho. Esqueceram-se foi de acrescentar esse pormenor quando para lá telefonei. Enfim... O que realmente me importa é que já estou de volta a casa novamente e, finalmente, vou ter uma merecida semana de férias, depois de um longo verão a trabalhar. Não foi fácil, mas também não posso dizer que tenha sido uma má experiência porque conheci pessoas extraordinárias que me acolheram muito bem, apesar de ser a sobrinha da chefe, não houve qualquer tipo de problemas que adviesse desse facto. Porém, também encontrei, assim como encontrar pelo resto da vida fora, pessoas que foram menos simpáticas e cordiais, por vezes foram arrogantes e superiores... pelos menos acharam que eram. Deixando isso de lado, não me posso queixar muito do trabalho, até gostei do que fazia, mesmo estando cerca de 10 horas em cima das pernas, a andar de um lado para o outro!
Ao menos não passei o Verão todo a olhar para as paredes da minha casa, com aquela sensação de vazio permanente. A verdade é que há dias, ao vislumbrar aquele que me diz muito, me apercebi que ainda não o consegui esquecer. Só consigo pensar nele, se estará bem ou não, o que tem andado a fazer. Aquele tipo de preocupações que se tem quando se ama alguém realmente.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Isto a entrar num caminho desmoronado novamente!
Ando a senti-me tão sozinha, aquela sensação de que me falta algo... Às vezes dou por mim a perguntar-me o que me falta, o que se passa, o que procuro. Não sei bem. Ainda! Mas esta falta de respostas interiores revolta-me, sinto-me triste e desmotivada, sinto um vazio por dentro que me deixa fora de mim!
Acho que só quando encontrar algo que preencha esse vazio, é que vou realmente entender que era esse algo que me fazia tanta falta... Espero que isso esteja para breve porque continuar assim não é para mim, não faz qualquer sentido uma pessoa sentir-se assim e sem saber qual a razão, o que lhe faz falta. Enfim...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Já terminaram as três semanas de estágio e posso dizer que é com uma grande pena que digo isto, já que o tempo foi demasiado curto, para o desenvolvimento de tantas competências, para assimilar tantas coisas novas e para aprender a melhor lidar com cada pessoa que entra nesta fase. Conheci pessoas extraordinárias, amorosas, muitas com patologias que são complicados e que precisam da nossa ajuda e, no final da experiência, quando se faz um balanço final de tudo, acabamos por nos aperceber de que quem mais nos ensinou foram eles, os utentes. Ensinaram-nos o quanto é importante respeitar para bem cuidar, o quanto é importante simpatizar, melhor dizendo, empatizar com as pessoas, ganhar a sua confiança, de forma a recriar uma relação que nos permita dispor de todos os meios para cuidar da melhor forma de todos aqueles que temos à nossa volta!