sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quando pensava que tudo estava prestes a melhorar e eu ia sentir-me melhor para seguir o rumo que escolhi, eis que surge uma nova reviravolta no meu percurso e, mais uma vez, fico presa numa encruzilhada. Bem, se calhar desta vez não será bem assim porque estou consciente das minhas capacidades e saber que não cometi erro algum, apenas tive a infelicidade de ficar doente.
Então é assim, passei "duas semanas", entre aspas porque a greve dos enfermeiros nos atrasou toda a situação, e só lá estivemos uma semana e meia. Elas foram muito gratificantes e aprendi muito, quer com a minha enfermeira coordenadora, quer com os doentes que me calhavam, isto porque todos eles tinham lições de vida e, no mais pequeno gesto, demonstravam-no. Em particular, houve uma situação que me deixou totalmente sem palavras, indefesa e sem saber o que pensar, a verdade é que fiquei de coração derretido. Isto porque naquele dia achava que as coisas não me estavam a sair bem, estava ali o doente numa situação um tanto ou quanto desagradável e eu, na pressa de querer proporcionar-lhe o conforto devido, deixei toda a minha insegurança vir à tona e fiquei nervosa porque, e já diz o velho ditado, depressa e bem não há quem, mas era mesmo a aflição de perceber que o doente estava mal, e então deu-me para chorar ali mesmo, enquanto agarrava nele para que a minha colega continuasse o trabalho.
Eu fiz um comentário para ela, "Estou com uma vontade de chorar..." e o doente que tinha a mão dele sobre a minha para se segurar, fez-me uma carícia. Foi um gesto ternurento que me encheu a alma e o que é certo é que o dia começou a correr melhor a partir daí, senti-me com vontade e com forças para dar o conforto merecido àquele doente. Nesse dia até fiz uma avaliação e acho que não poderia ter corrido melhor do que correu.
É por gestos como este que não me vou deixar abater por aquilo que está a acontecer esta semana, a derradeira semana do Estágio. É que, já na semana passada andava meia adoentada, mas este fim de semana tudo se agravou, fui a todos os médicos, quer do Centro de Saúde, quer do Hospital, mas as tonturas que ainda hoje continuam, teimaram em desaparecer. No Domingo tive que ir embora para baixo, mas não me sentia com força nem para a viagem, e muito menos para prestar cuidados a outras pessoas.
Na Segunda-feira mostrei à minha Enfermeira a carta que levava daqui, caso ainda não me sentisse bem e ela viu o meu estado, que mal me segurava em pé e levou-me às urgências. Lá fiz alguns exames e depois de me dizerem que tinha uma infecção viral no ouvido interno, mandaram-me para casa de atestado durante dez dias. E aqui estou eu, em casa, sem grandes melhoras e com a certeza que este semestre foi por água abaixo, pois chumbei a Ensino Clínico (Estágio), devido às faltas, pois o período deste foi muito curto e, como tal, não tinha outra hipótese de retomar quando me sentisse melhor.
Pois bem, fico triste com isto, pois não foi nada fácil o meu percurso, neste semestre, para chegar ao final, até ao Estágio, senti-me muito sozinha e foi complicado adaptar-me a estar ali, tão longe de casa. Agora, no final, acontece isto... Mas a minha mãe diz-me que não tive culpa e se não fizer em quatro, faço em cinco e, de facto, ela tem razão, eu tive culpa de ficar assim doente e tenho consciência que se lá ficasse, não ia ser capaz de estar a cuidar de alguém, quando precisava e ainda preciso, pois ainda ando muito tonta e andar por aí de pé não é pêra doce, que cuidassem de mim. Não era justo estar ao pé de uma pessoa que necessitasse de atenção e eu não estar em totais condições de lha dar...
Agora resta-me aguardar estes seis meses para pensar em tudo, organizar algumas coisas e, quem sabe, arranjar um trabalho temporário, para ganhar algum dinheiro, sem estar a dar só despesas à minha mãe.

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